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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A Demissão do Eu

A maioria das pessoas gosta de pensar que, se pudessem encarnar noutra pessoa ou noutro Ser, poderia escolher aquilo ou a personagem com que mais se identificam. Identificar aquilo que gostaríamos de ser é, a meu ver, a consciência de nós mesmos. Assim sendo, porquê que havemos de remeter para um futuro hipotético o que somos "hoje" mas que não temos coragem de assumir? Porquê que havemos de ter a coragem de colocar essa identidade numa personagem "inexistente" em vez de assumirmos quem somos nesta mesma vida e viver em respeito à nossa identidade?



Se pudesse encarnar noutro Ser, noutra personagem quem gostariam de ser?



Eu, que sinto desde sempre que vivo no século errado, viveria feliz a lutar a cavalo de espada em riste a favor do bem contra o mal.

(ilustração Tim Robinson)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Ó Faz Favor?!...

1.º dia de férias e levo de chapa com a falta de respeito pelo cliente, pessoa que paga por um serviço. Fico profundamente indignada. Numa hora consegui que a Senhora Cabeleireira me telefonasse a dizer para ir a correr para o cabeleireiro para ser atendida. O que na verdade ela queria dizer era: "interrompa o que está a fazer, sente-se meia hora à espera que eu já a atendo!!!!" Saio do cabeleireiro, entro no café, peço o meu galão escuro com adoçante e o dono do café sai para a rua ao telefone. Mais 10 minutos de espera cansei-me. Saio porta fora e ao mesmo tempo reparo que outro cliente, igualmente cansado da espera mas muito mais prático do que eu, tinha passado para o lado de lá ao balcão e tirava pacatamente o seu próprio café. Self-service do Simbalino.
(ilustração Anna Parini)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O Mundo do Avesso

Está tudo louco!

Uns dizem que não disseram aquilo que disseram. Outros dizem que não fizeram o que fizeram. Outros dizem que lhes dói o que não lhes dói.
Outros não fazem o que deviam fazer.
Outros fazem o que não deviam fazer.
Acho que gostamos todos de viver no mundo da fantasia. Aqui pelo menos podemos mudar de personagens e de enredo a toda a hora.




(ilustração André Letria)